Diferença entre produtos naturais e industrializados na culinária
Os ultraprocessados e industrializados são maléficos?
Não raro nas redes sociais e em programas de TV se costuma aludir o caso de produtos ultraprocessados e industrializados agregarem malefícios à saúde. Em oposição a esses tipos de materiais que podem ser utilizados na cozinha, há os produtos orgânicos ou chamados também de naturais. Logo, antes de se debruçar sobre as precauções aos ingredientes industrializados, é importante avaliar a importância e características vantajosas daqueles orgânicos.
No caso de frutas, leguminosas e vegetais, alimentos orgânicos, diferente de seus opositores, guardam maior proveito assim reduzindo os desperdícios. Enquanto um produto tratado com agrotóxicos e outros pesticidas exige o descarte de talos, polpas, sementes, folhas e etc., sobre os orgânicos tudo se pode utilizar na culinária. Ao lado disso, apesar desses itens serem menores e menos volumosos quando comparados àqueles oriundos de tratamento com agrotóxicos, segundo a nutricionista Simone Rocha em entrevista ao site do Governo Federal, os orgânicos apresentam a vantagem de agregarem muito mais ao sistema imunológico humano. Uma das diferenças entre o alimento orgânico e o comum, portanto, é ampliar as defesas naturais de seus consumidores.
Diante dos vegetais, legumes e frutos, outro alvo da dicotomia orgânico vs. industrial é o fermento. Consumidores estão cada vez mais na expectativa do consumo e integração de leveduras (i.e., fermentos) que gerem notas de originalidade em suas receitas, sejam caseiras ou comerciais. Os produtos artesanais e genuínos, então, impulsionaram os olhos de produtores/as à fermentação natural, cuja levedura orgânica dispõe aos seus derivados: sabor mais acentuado, digestão ao ser ingerido essencialmente mais rápido e nutrientes em maior quantidade.
Ao se utilizar fibras de origem animal, há no mercado as carnes orgânicas. Esse material é isento de químicos, com seus animais provedores havendo sido tratados em regime de vacinas, fitoterápicos e homeopáticos, além de nutridos a pastos isentos de agrotóxicos. A zona de criação dos espécimes é rigidamente vistoriada e segue um conjunto estrito de normas que envolvem desde manutenção de matas originárias (em silvicultura) à contaminação do solo e ar por dejetos e resíduos. Esses parâmetros se aplicam não apenas à pecuária, mas sobre a avicultura e a piscicultura em todo o mundo.
Em se tratando de corantes, inclusive, deve-se evidenciar aqueles que são naturais e puramente químicos, portanto, industrializados. Segundo uma variedade de pesquisas disputadas por inúmeros ramos do conhecimento e do comércio, muitos substratos industrializados são proibidos em países como EUA, Canadá, Inglaterra, Itália, Japão, França e Argentina em função de gerarem resultados contraditórios em estudos quanto à possibilidade de desenvolver algum tipo de doença em seus consumidores. Outros produtos nessa mesma linha não podem vir a promover doenças, mas seus estudos mostram que são pouco absorvidos pelo organismo e, em longo prazo, não se sabe seus efeitos à saúde do ser humano.
Uma alternativa aos corantes químicos ou industriais que se apresenta ao consumidor e produtor é o orgânico. Por mais que pareça impensável, o arco-íris todo pode ser criado somente se utilizando de corantes naturais, assim excluindo de vez os químicos isômeros cis e trans causadores de efeitos indesejáveis. O único senão dessa alternativa saudável é sua extração manual ou a compra desses produtos já extraídos, mas de difícil obtenção no mercado tradicional. Os pigmentos das cores, logo, podem ser aproveitados fazendo uso de tubérculos como a beterraba e alguns tipos de batata; folhas e ramas tais qual a couve, o espinafre ou o repolho roxo; até mesmo insetos.
Vasto é o cenário dicotômico orgânico X industrial, conclusivamente. Muitas vezes, o consumidor escolhe a alternativa mais fácil sem considerar os benefícios financeiros e benignidades à saúde que uma exploração exigente do mercado de ingredientes pode trazer. Nos pratos, o uso de matéria-prima orgânica ou fabrilmente processada permite relativização à medida que seu preparo varia conforme a receita e a aptidão do/a chef. Contudo, exuberância natural do prato, tons de sabores genuínos, amplitude de aproveitamento dos ingredientes, vastidão de nutrientes e consumo despreocupado com possíveis adversidades somente podem ser encontrados nos elementos de procedência orgânica.